31.1.07

A NOVA TERMINOLOGIA ...

Vasco Graça Moura publicou hoje no Diário de Notícias mais um artigo sobre a famigerada "TLEBS" (a nova terminologia gramatical proposta para o Ensino) . Aqui fica. Pela oportunidade e, também, porque me parece útil ampliar o seu raio de acção - por muito pequena que seja esta contribuição.




Caro professor de Português



Vasco Graça Moura
Escritor

Se perguntar alguma coisa ao Ministério da Educação quanto à vigência ou não vigência da TLEBS, de certeza que ninguém lhe dará uma resposta concreta... Está-se perante uma perniciosa pescadinha de rabo na boca. A TLEBS está em vigor, não estando. Ou não está em vigor, estando. Ontem, ia ser suspensa. Hoje, parece que só vai ser suspensa para o próximo ano lectivo e se pretende aplicá-la no que resta do ano corrente, não obstante as suas muitas e reconhecidas deficiências.

Simplesmente, esta aplicação, intercalar e provisória, não faz qualquer sentido, uma vez que não se trata apenas das falhas científicas de que a TLEBS enferma, mas também da impossibilidade prática de ensinar com base nela, mesmo com a melhor das boas vontades.

Por isso, é impossível considerar que exista uma obrigação de aplicá-la. O próprio ministério o reconhece, uma vez que já a suspendeu quanto aos manuais do 8.º ano, anuncia a intenção de suspendê-la globalmente para 2007/2008 e pretende seja efectuada uma revisão científica.

Mas... de que revisão estaremos a falar? No seu já célebre texto da Internet (http/jperes.no.sapo.pt), João de Andrade Peres escreve que "a discussão em torno da TLEBS só terá a ganhar se for claro e pacífico que é em primeiro lugar aos fonólogos, aos morfólogos, aos sintaxistas (...), aos semânticos, aos dialectólogos, aos historiadores da língua e a outros profissionais da Língua academicamente credenciados (...) que cabe a tarefa de analisar e discutir a validade científica de um produto que é eminentemente linguístico e, mais concretamente, gramatical", para além das questões emergentes de outros planos de análise, que requererão outros contributos.

Ora o ministério, que ainda não se apercebeu da extensão e da profundidade deste problema, limitou-se a incumbir duas pessoas desse trabalho, sendo altamente discutível e deontologicamente inaceitável a intervenção de uma delas por previsível conflito de interesses (marido de uma das autoras da TLEBS e consultor científico de uma gramática para o 3.º ciclo do básico e secundário, conforme à terminologia e publicada por uma editora comercial, a Lisboa Editora).

De tudo isto resulta que a TLEBS não está, nem estará tão cedo, em condições de ser utilizada: citando ainda o artigo referido, ela não conta com uma boa gramática de Português em que possa apoiar-se, é insensata pela sua extensão, apresenta um número impressionante de deficiências metodológicas, de erros de formulação e de erros conceptuais, pretendendo-se introduzi-la abruptamente e com total desprezo pela coesão intergeracional. Sem contar as discrepâncias e descoordenações entre o elenco terminológico constante da Portaria 1488/2004 e o material fornecido pela base de dados (esta, não fazendo parte da portaria, não tem aliás qualquer valor cominativo...).

Ora o meu caro professor não pode ser obrigado a ensinar o erro. E ainda menos pode ser obrigado a ensinar aquilo que não consegue entender, apesar da sua qualificação académica, de ter recebido formação para ser professor, de não ser intelectualmente destituído e de ter com certeza uma válida experiência do seu trabalho. O ministério, aliás, tem conhecimento da sua justificadíssima reacção negativa por um relatório de Setembro de 2006, em que se conclui pela rejeição generalizada da terminologia por parte dos docentes.

Por isso, venho apelar ao seu sentido de responsabilidade cívica, cultural e profissional. Recuse-se a aplicar a TLEBS! Nem sequer se tratará de desobediência civil que, aliás, sempre se justificaria, atentos o imperativo de defesa da nossa língua e as demais circunstâncias.

E também não se pode falar aqui de respeito da legalidade: Andrade Peres já demonstrou que os programas são ilegais porque violaram legislação vigente à data da sua homologação, atribuindo valor legal a um simples documento de trabalho, além de que a homologação dos programas do secundário não está publicada no jornal oficial.

No vazio instaurado, a si, caro professor, o que lhe resta é ir ensinando, provisoriamente, com base na Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967 e na Gramática de Celso Cunha e Lindley-Cintra. Não serão perfeitas nem inteiramente satisfatórias, mas pelo menos não bloqueiam as suas possibilidades de se assumir a sério como professor de Português.

Até a TLEBS ser objecto de uma revisão decente, só resta um caminho: se o ministério se obstina em não repor a vigência da Nomenclatura, reponhamo-la nós!

24.1.07

O BARRETE 2007




A edição deste ano da revista O BARRETE está em preparação.
Trata-se de uma revista anual de humor, editada desde há 11 anos, na época do Carnaval, pela Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras.

Vale a pena! Um barrete dos antigos que não chateia ninguém. Antes pelo contrário...
Onde se vende?
Nas principais livrarias de Torres Vedras.

22.1.07

A MINHA PÁTRIA É...





Andava há tempos à procura deste célebre texto de

Fernando Pessoa. Encontrei-o agora:

A minha pátria é a língua portuguesa
Fernando Pessoa


Não chóro por nada que a vida traga ou leve. Há porém paginas de prosa me teem feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noute em que, ainda creança, li pela primeira vez numa selecta, o passo celebre de Vieira sobre o Rei Salomão, "Fabricou Salomão um palacio..." E fui lendo, até ao fim, tremulo, confuso; depois rompi em lagrimas felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. Aquelle movimento hieratico da nossa clara lingua majestosa, aquelle exprimir das idéas nas palavras inevitaveis, correr de agua porque ha declive, aquelle assombro vocalico em que os sons são cores ideaes — tudo isso me toldou de instincto como uma grande emoção politica. E, disse, chorei; hoje, relembrando, ainda chóro. Não é — não — a saudade da infancia, de que não tenho saudades: é a saudade da emoção d´aquelle momento, a magua de não poder já ler pela primeira vez aquella grande certeza symphonica.
Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente, Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-m´a do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.
Texto publicado originariamente em "Descobrimento", revista de Cultura n.º 3, 1931, pp. 409-410, transcrito do "Livro do Desassossego", por Bernardo Soares (heterónimo de Fernando Pessoa), numa recolha de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha; ed. de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Ática, 1982 vol. I, p. 16-17. Respeitou-se a ortografia da época de Fernando Pessoa. — 25/02/2005
Sobre o Autor
1888-1935. Poeta português, nascido em Lisboa, considerado a maior figura literária do século XX, teve grande influência no chamado movimento futurista ou modernista. Colaborou em prosa e verso em várias publicações e dirigiu as revistas "Orfeu" e "Atena". Autor de "Mensagem", usou ainda heterónimos para várias obras suas: "Poesias" (Álvaro de Campos), "Poemas" (Alberto Caeiro) e "Odes" ( Ricardo Reis), além do "Livro do Desassossego" (Bernardo Soares).




21.1.07

ESTE PAPAGAIO NUNCA MAIS SE CALA




Não consigo levar a sério este homem. Foi líder político e não conseguiu mudar nada de substancial. Mas sabe falar de tudo. Tem opinião sobre tudo a mais umas botas. Analisa, critica, propõe, destrói, desconstrói... enfim... instrói que se farta.
Será legítimo um Conselheiro de Estado ( que ele é) usar a TV pública para se auto-promover e, de caminho, se for preciso, despromover todos aqueles com que não concorda?

19.1.07

Recordar o autor de "APARIÇÃO"





A Página deste mês no BADALADAS é sobre o grande escritor


VIRGÍLIO FERREIRA: interrogação sobre o destino humano

Em 1 de Abril de 1981 Virgílio Ferreira esteve em Torres Vedras, no Cine-Teatro Ferreira da Silva, para assistir à projecção e comentar o filme de Lauro António, Manhã Submersa, baseado no seu romance com o mesmo nome publicado em 1953. Quem lá esteve recorda o perfil austero, a frase rigorosa, o olhar penetrante. Recordamos um dos grandes escritores portugueses do século XX.

Nasceu em Melo (Serra da Estrela) em 1916 e faleceu na sua casa de Lisboa em 1996, de ataque cardíaco quando estava a escrever. Teve a morte que desejava, ele que em todos os seus livros assumiu como tema central o enigma da existência humana, o destino da humanidade, a solidão e o lugar do homem no mundo.
O seu livro mais conhecido é, talvez, Aparição, publicado em 1959. Sendo uma das obras de leitura aconselhada para os estudantes do E. Secundário, continua a despertar nestes um vivo interesse. É que a “aparição” refere-se a esse momento único da vida de todos os homens, quando tomam consciência de si-próprios e de que cada ser humano é “um fenómeno único que não se repete”. O acto de existir e a verificação de que essa existência é efémera motiva a angústia existencial e a interrogação. Virgílio Ferreira optou por se distanciar do romance neo-realista que se centrava na condição social do “homem explorado pelo homem” e afirmou o primado da individualidade e do destino humano face à desmedida dimensão do universo. Ler Virgílio Ferreira é procurar, com ele, as respostas ao enigma da existência humana. Por isso a sua obra continua tão actual.



OBRA VASTÍSSIMA

Virgílio Ferreira foi distinguido com os mais importantes prémios literários: da Associação Portuguesa de Escritores para o romance Até ao Fim (1988); Prémio Fémina para a tradução francesa de Manhã Submersa; do Pen Club, que o propôs para o Prémio Nobel; da Associação Internacional de Críticos Literários; do Município de Lisboa; Prémio D. Dinis da Casa de Mateus. E ainda Prémio Europália, em 1991 e o maior de todos: Prémio Camões, para o conjunto da obra.
Tem 22 obras de ficção. Num crescendo impressionante, publicou na parte final da sua vida aqueles que alguns consideram os seus romances mais tocantes: Para Sempre (1983); Até ao Fim ( 1987); Em Nome da Terra (1990); Na Tua Face ( 1993).
Escreveu mais de uma dezena de Ensaios de carácter filosófico, dentro da perspectiva da chamada “filosofia existencialista”. Destacamos: Invocação ao Meu Corpo ((1969); Espaço do Invisível (quatro tomos, de 1965 a 1987).
De 1980 a 1994 publicou 9 volumes do seu diário, em duas séries, o célebre conjunto com o título de “Conta-Corrente”. Em 2001 foi publicado Escrever, reflexões soltas sobre os mais diversos temas e que faziam parte do seu vasto espólio.





CITAÇÕES
( do livro ESCREVER)

O universo é infinito mas o homem é finito. E no entanto a infinitude é que é a medida do homem.

Amas ou não uma mulher, mas não sabes porquê. Como hás-de poder saber a razão do bem e do mal?

Há duas vozes no homem e aí se equilibra a História. Uma delas diz: ama o teu semelhante porque ele é teu irmão. E a outra diz: esmaga o teu semelhante porque ele é teu rival. Esta voz é a mais forte porque a parte de animal no homem é a mais poderosa.

15.1.07

A VIDA É UMA PERPÉTUA DESPEDIDA











ANTOLOGIA Poemas de despedida



Meditação do Duque de Gandia
sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para te não ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Este poema toma como referente a história ligada ao Duque de Gandia, futuro S. Francisco de Bórgia (1510-1572) que, depois de enviuvar de uma fidalga portuguesa, D. Leonor de Castro, se terá apaixonado pela esposa do rei de Espanha, a princesa D. Isabel de Portugal – que morreu muito nova.

==*==

Quando o último pássaro morrer
na última oliveira a ocidente
opõe o peito ao que acontecer
e levanta a cabeça dignamente

Despede-te da terra onde nascer
tu nascias enfim continuamente
repara no nascente e no poente
que muito em breve deixarás de ver

Não valem cinco pássaros apenas
dois asses e deus não os reconhece
no meio das demais coisas terrenas?

Levanta-te. Coragem coração
o espírito nas coisas comparece
aproxima-se a libertação
(Ruy Belo)

==*==

(...)
Chegou enfim o tempo do adeus
Oiço a canção efémera das coisas
despeço-me da terra da alegria
(...)
A despedida súbita do sol
despedida dos dias e estações
crepúsculo propício ao adeus
a esta vida frágil é que aspiro
triunfo sobre a vida fugitiva
ave entregada ao decisivo voo
pensamentos de terna nostalgia
jardim de harmoniosos pensamentos
dou-te de toda alma o nome da ausente
árvore em flor no bosque fonte no deserto
(Ruy Belo)

12.1.07








TEXTO OPORTUNO...

Estes gajos são uns macacões...

Não resisto a transcrever de "O JUMENTO" o texto que subscrevo por inteiro.
Falta vergonha a esta gente, de uma insensibilidade bruta, perante os milhares que diariamente vão para o desemprego...



BUSCA, BUSCA !!!

O mesmo ministro das Finanças que dia sim, dia não, inventa mais uma medida para tramar os funcionários públicos, desdobra-se em afirmações de que vai procurar uma solução para manter o ordenado do funcionário público mais bem pago da Europa. É uma pena que o ministro não gaste um único neurónio para procurar soluções para os que são mal pagos na Administração Pública. É caso para dizer-lhe "Busca, busca!".

Mas se o senhor ministro concorda que os sucessos do fisco se devem às manhas comunicacionais do Paulinho das Missas, que os aumentos das taxas do iva, ou a competência dos colaboradores que lhe dão as ideias e a quem ele nem tem a dignidade de agradecer, ou os vinte milhões de contos investidos por Ferreira Leite, ou a modernização implementada por Sousa Franco e o esforço e sentido de cidadania dos 13.000 funcionários da DGCI em nada contribuíram, então seja coerente, assuma que o dr. Macedo salvou o país, que é mais importante do que Cavaco e Sócrates juntos. Neste pressuposto a solução é fácil, basta ter a coragem de a assumir e propor, em vez de ser o vencimento do Paulinho das Feiras a estar indexado ao do primeiro-ministro deveria ser ao contrário, o vencimento de Sócrates é que não deve ser superior ao do apóstolo que a Opus Dei mandou para salvar o país, quanto ao vencimento do Presidente da República pouco importa, Cavaco Silva até já estava aposentado quando se candidatou.

É lamentável que Portugal tenha um ministro das Finanças que não saiba o que é um Estado laico e que depois de cortar os direitos a centenas de milhares de funcionários, muito dos quais tão competentes quanto o dr. Macedo, se preocupe tanto para manter um vencimento que nem o George Bush ganha! É lamentável que o ministro das Finanças não entenda quanto estas suas preocupações são ofensivas para a Função Pública e, em especial, para os 13.000 funcionários da DGCI.

9.1.07

O AUTOR DO MÊS NA BIBLIOTECA MUNICIPAL
Mircea Eliade (1907-1986)

Historiador e romancista Romeno, nasceu em Bucareste em 1907. Publicou extensivamente sobre a história das religiões. Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a viver em Paris, e em 1958 aceitou a responsabilidade da cadeira de História das Religiões, na Universidade de Chicago, cargo que ocuparia até à sua morte, em 1986.Viveu em Portugal de 1940 a 1944. “Lisboa conquistou-me desde o primeiro dia…”
Um autor a re (ler), agora que as religiões estão de novo no cerne das questões políticas.




Um LUGAR ONDE...




Peniche, Ponta da Papoa: um lugar onde o vento sopra desabrido, as rochas navegam mar dentro e nós sentimos que Portugal ficou lá para trás.

Ali fui feliz pela integridade de SER com a Natureza.

Ali andei um dia com a minha filha, doente, amparando-a no desespero. Horas que deixaram marcas. Raízes do presente.

Um dia destes vou caminhar de novo na Papoa. Talvez ouça ainda os ecos de antigas horas. E o presente será mais intenso.

6.1.07

ATENÇÃO À BICA DO CHOUPAL !!!

Na leitura do Plano de Pormenor do Choupal, em discussão até final de Dezembro p.p., aapercebi-me de uma falha clamorosa: no Plano não se faz qualquer referência à "Bica do Choupal". No entanto trata-se de um chafariz antiquíssimo, medieval, que Madeira Torres refere claramente no seu "Descripção Histórica e Económica da Villa e Termo de Torres Vedras", pág. 73 da edição fac-simile da Misericórdia de Torres Vedras.

É uma falha grave, a denotar ignorância ou insensibilidade.

Há que ter isto em consideração. O que ali está é Património Histórico legítimo, memória de séculos. A sua não inclusão no Plano faz temer que, qualquer dia, quando se iniciarem as obras no Choupal, um qualquer maquinista de buldozer mete a máquina a direito, arrasa tudo e... o mal será irreparável. De nada valerão as desculpas posteriores, a fazerem lembrar o crime patrimonial que foi a destruição do Moinho do Gaio - nunca devidamente esclarecido, embora a opinião pública saiba bem quem foi o culpado e quem lhe deu cobertura...
Esta discussão do Plano do Choupal passou algo despercebida: é que a nossa Câmara Municipal entendeu que uma boa época para a fazer era, exactamente ... o Natal!
Há que estar atento. A Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras já tomou posição e enviou o seu parecer. Muito crítico àcerca da questão da "Bica".
Mas também àcerca da projectada Biblioteca Municipal que ficará dentro do Choupal!
Ideia grandiosa, sim sehor! Mas alguém conhece estudos, inquéritos, estatísticas que mostrem que a actual Biblioteca - em serviço há apenas cerca de 12 anos! - está ultrapassada?
E alguém sabe os custos de um equipamento deste género, só para o ter aberto?
E mais não digo, por hoje...

2.1.07

ANO NOVO, COISAS VELHAS...



- Estamos no ar: 2007 !!! Segura aí !!!

- A verdade é que o voo não condiz com a bagagem...

- Estamos em Portugal, animal !!


De maneira que é assim...
Entramos em 2007, olhamos em redor e... parece tudo na mesma.
Vamos continuar a aturar o Soba da Madeira...
Continuamos a ver e ouvir o inenarrável Pinto da Carolina, mais - o que é pior! - a adoração que por ele têm os fanáticos do FCPorto...
Veremos ainda mil vezes o insuportável Major de Gondomar...
e mais a Fátima de Felgueiras...
e mais o outro palerma de VNGaia...
e mais uma Ministra da Educação que é tudo menos uma pessoa educada...

e mais um Sócrates que vai dizer pela enésima vez que a economia está a recuperar, enquanto tudo aumenta, os bancos rebentam de lucros, as fábricas fecham e centenas vão para o olho da rua...
e mais o Marques Mendes, em bicos dos pés, sem credibilidade para os do partido dele quanto mais para nós que nada temos a ver...

e os outros do PSD a fazerem leituras políticas de tudo e mais umas botas...
e os do PS a agarrarem-se aos tachos e às panelas...
e os do PCP a fingirem que a URSS nunca existiu, nem o equívoco histórico em que chafurdaram mais de 50 anos, e mais as certezas que têm àcerca de tudo...
e mais o Louçã a pregar às massas, também a fingir que é tudo a sério, sabendo muito bem que fala assim porque nunca estará no poder...

Estamos fartos! FARTOS!

E vocês, aí, estarão também fartos destas tretas que vou escrevendo por aqui.
É ! Às vezes apetece entrar numa caverna e ficar lá até toda a gente se esquecer...